É um risco divertido dirigir uma pergunta a Walter Firmo: com uma galhardice carioca, ele quase sempre responde com uma metáfora. “Já falei dos cavalos?”, pergunta, se provocado com questionamentos sobre a fotografia digital e de celular. “Se você estiver cavalgando um alazão e passar para um cavalo branco vai continuar cavalgando.” Para fazer fotografia, continua Firmo numa alusão a tipos sociais, é preciso ser uma combinação de engenheiro, ladrão e mágico. A este último cabe o truque da invisibilidade. Ou ainda, em mais uma metáfora astuciosa do carioca, pouco importa qual a máquina, quem determina o desempenho é o piloto.
Aos 76 anos, Walter Firmo tem uma coleção de metáforas para falar do ofício e da fotografia, mas ainda fica emocionado quando revisita a própria obra. E mais ainda quando se depara com imagens adormecidas no próprio arquivo.
